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Decreto de Lula sobre armas prejudica tiro esportivo, que deu 1º ouro olímpico ao Brasil

  • Foto do escritor: Redação - Verde Oliva
    Redação - Verde Oliva
  • 31 de jan. de 2023
  • 3 min de leitura


Um dos decretos assinados pelo presidente Lula (PT) no dia de sua posse, que traz restrições para o acesso a armamento e munições no país, gerou uma série de impactos no tiro esportivo brasileiro, modalidade que deu ao Brasil a primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. A conquista ocorreu nos Jogos da Antuérpia, na Bélgica, em 1920 – além do ouro, de Guilherme Paraense, o país foi novamente ao pódio na competição, desta vez com a medalha de prata do atirador Afrânio da Costa.


De lá para cá, o Brasil tem sido presença constante nos pódios dos campeonatos mundiais das diferentes modalidades do esporte. Em 2022, o país ficou em segundo lugar no campeonato pan-americano de tiro prático, realizado na Flórida, nos Estados Unidos, ao conquistar 34 pódios. Já no campeonato mundial, que aconteceu na Tailândia, os atletas brasileiros também tiveram boa performance ao conquistar sete pódios.


Além disso, o Brasil ocupa a liderança entre 140 países no número de campeonatos reconhecidos pela International Practical Shooting Confederation (Confederação Internacional do Tiro Prático). A quantidade de provas realizadas e o número de participantes definem o ranqueamento dos países.


Apesar disso, atletas do tiro esportivo passam por um momento delicado, e confederações e demais entidades ligadas ao desporto apontam que o novo decreto pode inviabilizar a prática no Brasil. As novas regras sobre armamento estabelecem medidas diversas aos CACs, grupo do qual fazem parte os atiradores esportivos.


Uma das principais medidas que atingem os atletas é a limitação do número de munições adquiridas, que terão um teto de 600 projéteis ao ano por arma. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o limite era de 5 mil munições anuais, o que já era visto por praticantes do esporte como insuficiente.


Há um dispositivo no decreto que determina que o Comando do Exército poderá conceder autorização para aquisição de munições em quantidades superiores para atiradores desportivos profissionais, mas atletas relatam dificuldades para conseguir tal permissão.


“600 munições são inviáveis considerando que apenas uma etapa do campeonato brasileiro de arma curta tem aproximadamente 400 disparos. Isso em uma única etapa sem considerar treinamento e as etapas seguintes”, explica Hwaskar Fagundes, presidente da Confederação Brasileira de Tiro Prático (CBTP). “Temos atletas de alta performance, que participaram do mundial, que efetuaram 100 mil disparos no ano em seus treinamentos. É outro padrão, mas um atleta mediano, que é a grande maioria, efetua no mínimo mil disparos nas vésperas de uma prova para se preparar”, declara.


Outro ponto que preocupa praticantes do esporte é a restrição do número de armas por atleta, que foi reduzida de 60 para três, uma vez que há competições com diferentes modalidades em que cada uma é feita com um tipo de arma. A suspensão do registro e da renovação do registro de armamento também gera apreensão no setor – atletas com armas cujos registros vencem após o início da vigência do decreto ficam irregulares e não podem deslocar seus equipamentos para os locais de competição.


Por fim, pessoas ligadas ao esporte apontam receio quanto à diminuição de novos praticantes, o que enfraquece a modalidade. Isso porque o decreto proibiu a prática do tiro recreativo para pessoas que não são CACs e também condicionou a prática do tiro esportivo a menores de dezoito anos a uma autorização judicial. A título de exemplo, um dos atletas brasileiros que subiu ao pódio no mundial do ano passado na Tailândia era menor de idade.


“Tudo isso cria uma série de barreiras e dificuldades para o esporte. Sobre a suspensão do tiro recreativo, por exemplo, ninguém compra um carro sem andar nele. Como mais pessoas vão se tornar atiradores desportivos se não podem sequer conhecer a prática?”, questiona Marcelo Danfenback, presidente da Liga Nacional dos Atiradores Desportivos (Linade).




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